domingo, 31 de janeiro de 2010

I still let you in

Querido Umbigo:

Mais uma daquelas que se colou à minha pele...


"Got to keep what I have, preserve"

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Somos todos flores de sol



Querido Umbigo:

Mal rompem os primeiros raios de sol, ainda frio, a cidade enche-se de pessoas, paradas nos mais inusitados locais, cabeça levantada, olhos fechados e cara voltada para o sol na tentativa de limpar dos ombros os frios e cinzentos dias de inverno.

Deslizamos suavemente pelas frestas de luz, para os corredores que o sol abriu.

Somos todos flores de sol!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Maria Mata-os

Querido Umbigo:

Na quarta-feira fui à Revista... Mas em vez de ir ao Parque Mayer, rumei ao Maria Matos, para ver Maria Mata-os, pelos Primeiros Sintomas.

Ao princípio estava a achar a peça um bocadinho pretensiosa (muitas referências ao teatro e ao meio teatral em Portugal que um espectador menos assíduo podia não perceber) mas, este é um espectáculo dos Primeiros Sintomas que não são propriamente uma companhia light e essa é uma das razões porque são uma das minhas companhias preferidas.

Para além de excertos muito pequenos na Televisão nunca tinha visto uma Revista, e pela primeira vez arrependi-me porque houve sinais e linguagens que me falharam por desconhecimento do género, mas conheço o suficiente para saber que não faltou nada, os polícias meio tontos, as coristas, os comentários mordazes à sociedade em geral e à "sociedade do Teatro Português" em particular, os números musicais, os momentos completamente loucos sem ligação aparente a nada...

A Revista teve momentos geniais e momentos genialmente parvos, ou seja cumpriu a sua função de peça e de revista, e fez-me ir para casa a pensar, coisa que às vezes não me acontece com peças denominadas sérias...

A prestação de quase todos os actores foi excelente, adorei em especial a Sandra Faleiro, a Anabela Brígda e as figurações especiais dos ensaiadores (Bruno Bravo e Gonçalo Amorim). E foi com agradável surpresa e prazer que vi a Catarina em cena.

Gostei muito muito do quase final, onde acontece a desconstrução do jogo teatral e a passagem de personagem para actor e de actor para pessoa, o vazio que fica depois de retirado o cenário não é apenas um vazio físico, é um vazio que nos bate na alma, em especial aos actores.

E lá fui enganada, quando pensava que este era o momento final e sério do espectáculo, a tal reflexão a que a arte nos leva ou deve levar, somos confrontados com a cena final do espectáculo, um número de dança contemporâneo, com direito a anjos a desceram da teia e todo o elenco vestido de branco, numa coreografia que envergonhava a mais das arrojadas peças de dança contemporânea (entenda-se)...

Nota dez para os ambientes banda sonora da peça (by Sérgio Delgado).

Gostei muito, muito e ri-me muito, muito. E ainda tive direito a encontrar amigos e colegas de trabalho de longa data e que há muito que já não via.

Só me fez confusão como é que gastaram tanto dinheiro para uma peça que se apresentou 6 vezes e que morreu na quarta-feira.... mas isso são outras discussões.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A Biblioteca


Querido Umbigo:

Queria ter um sistema de memória(s) preciso, como um sistema de arquivo das mais avançadas bibliotecas, não queria esta Torre de Babel...

Para onde vão as pessoas que conhecemos e esquecemos, os sonhos desfeitos, as músicas que ouvimos, os filmes que vimos, as peças que assisistímos e que na altura puseram a nossa cabeça a funcionar, o nosso coração a brilhar...

Porque é que não posso remover com precisão cirúrgica as pessoas de que não me quero lembrar, todos os momentos de desconforto, todas as vezes em que me partiram o coração ou em que parti o coração a alguém.

Porque é que não posso esquecer todas as vezes que a confiança foi quebrada?

Se não remover ou eliminar, pelo menos guardar estas memórias num espaço menos nobre da minha biblioteca, como se faz às edições menos ilustres, às traduções menos boas?

Porque é que às vezes de manhã acordo e em vez de me lembrar do fantástico livro que vivi, me lembro das histórias de terror, que nem sequer são o meu género preferido?

Será que isto se resolve se eu deixar de ser bibliotecária de ficções e me dedicar à bem mais precisa arte da cirurgia?

Será que consigo inventar a cirurgia plástica da alma e do coração?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Learn Something Every day

Querido Umbigo:

E como o saber nunca ocupa lugar... (clicar no título se faz favor)

Ou aqui Learn Something Every day

sábado, 16 de janeiro de 2010

Palavras....




Querido Umbigo:

Prinses, Princesha, أميرة, Прынцэса, Принцеса, Prince, 公主, Princeza, Princezna, Prinsesse, Prinses, Princess, Printsess, Prinsesa, Prinsessa, Princesse, Princesa, Prinzessin, Πριγκίπισσα, נסיכה, राजकुमारी, Hercegnő, Prinsessa, Puteri, Banphrionsa, Principessa, 王女, 공주, Princese, Princesė, Принцеза, Puteri, Prinċipessa, Prinsesse, شاهزاده خان, Księżniczka, Princesa, Prinţesă, Принцесса, Принцеза, Princezná, Princesa, Princesa, Malkia, Prinsessa, เจ้าหญิง, Prenses, Принцеса, Công chúa, Princess, פּרינצעסין.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O Tempo


Querido Umbigo:

Sim, eu sei que a ideia não é nova, que o tempo encolhe e cresce de acordo com as nossas necessidades, leia-se se estamos com pressa o tempo encolhe, se temos muito tempo livre o tempo estende-se. Mas não era bem disto que eu queria falar, porque sobre este tema há (pelo menos) um livro belíssimo do Alan Lightman "Os sonhos de Einstein" que recomendo vivamente.

Só falo do tempo porque hoje deu-me uma dor imensa por não poder ter todo o tempo do mundo para ouvir toda a música bela do mundo.

Eu sei que se calhar isto parece um post de quem não tem nada para dizer... mas não é mesmo isso, simplesmente doí-me...

domingo, 10 de janeiro de 2010

AMIZADE

Querido Umbigo:

Há pessoas que fazem parte da nossa vida de uma maneira tal que são como uma parte de nós, pessoas que não nos imaginamos a viver sem elas.

Pessoas a quem se contam os segredos mais negros e profundos ou os mais levianos e fúteis, pessoas a quem se olha nos olhos como se nos víssemos ao espelho.

É verdade que não há muitas coisas na vida que sejam eternas ou que possamos tomar como seguras.

É verdade que muitas vezes magoamos quem mais amamos.

É verdade que quando nos sentimos acossados disparamos em todas as direcções.

É verdade que mesmo estas pessoas de quem estou a falar nos podem magoar, e que podemos magoar de volta ou em primeiro lugar.

Mas nada disto importa, o que importa realmente é que depois de todos os erros, de todas as mágoas, de todas as feridas conseguimos olhar essas pessoas nos olhos e falar do que correu mal, o que importa é que há amizades tão importantes que conseguimos aprender com os erros e rir outra vez...

Estou tão feliz por poder rir contigo outra vez...


sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Hurt

Querido Umbigo:

Porque há músicas que são mais que músicas, são verdadeiras orações a Deuses desconhecidos, actos de contrição para com os erros passados.
Porque há músicos que são também pessoas que não hesitam em deixar cair o pano e revelar o que poderá ter sido a sua vida.
Sim eu sei que é só um cover, mas Johnny Cash tomou esta música de assalto e tornou-a sua.
Para ver e ouvir com atenção.


quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Don't break my dream

Querido Umbigo:

Porque, como já escrevi anteriormente, há músicas que se colam a mim como uma segunda pele.
Esta é perfeita, perfeita... a música, a letra, as vozes, o vídeo... PERFEITA!!!
A minha primeira obsessão musical do ano.
Enjoy!


quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Filhos brancos demais


Querido Umbigo:

"Um menino de 3 anos de pele branca e um menino de 1 ano de pele branca são o mote para todas as dúvidas e comentários dirigidos à mãe de pele castanha.

O mais velho tinha 2 meses quando a mãe de pele castanha o levou ao seu local de trabalho para conhecer as colegas da mamã. Uma das colegas visitadas nesse dia questionou a mãe sobre a paternidade do bebé sugerindo que o pai só poderia ser albino para o menino ser tão branco e de cabelo claro. A mãe registou e reflectiu sobre isso com o pai durante algum tempo levando-a a acostumar-se com as manifestações de espanto das pessoas quando olham para a mãe e para o bebé e naturalmente (para elas…) comentam como o menino é branquinho. Muitos acrescentam que é igual ao pai.

Não deixa de ser interessante que as pessoas mais próximas digam que o menino é igual à mãe… essas são as pessoas que não encontram a semelhança na cor da pele.

Com o nascimento do irmão que agora fez 1 ano, todas estas questões de adensaram porque ele é igual ao irmão. Também tem pele branca e cabelo claro e os olhos da mãe (como diz o pai que não hesita em dizer que quando a mãe não está em casa, mata saudades da mãe estando com os filhos porque eles têm o olhar da mãe).

Romantismos à parte, não deixa de causar estupefacção o facto de uma médica pediatra numa urgência hospitalar ter ficado muito espantada para não dizer incrédula ao saber que a mãe de pele castanha era a mesmo mãe desse bebé que à altura tinha 8 meses. Começam cedo os bebés a ser olhados com esse olhar desconfiado.

Num final de tarde recente, a mãe foi com o bebé de 1 ano ao infantário do mano mais velho para o buscar tendo sido “atingida” por uma pergunta da auxiliar de educação responsável da sala do menino mais velho que lhe perguntou se os meninos tomam banho de lixívia.

Quase sem palavras a mãe referiu em resposta que a senhora estaria enganada porque os meninos não são brancos e sugeriu que esperasse pelos primeiros raios de sol para constatar como os meninos são castanhos. A mãe ficou no mínimo alarmada sobre as características desta profissional de educação mais precisamente sobre as capacidades de educar, compreender e acarinhar os meninos que lhe são confiados.

Que futuros comentários são de esperar? Como deverá reagir esta mãe? Que forças deve reunir para enfrentar este tipo de coisas?

Como mãe de pele castanha vivendo há 33 anos num país em que a maior parte das pessoas tem pele branca, esta mãe possui a sua fortaleza de defesa contra as agressões mais ou menos subtis que ao longo de toda a sua vida foi alvo. Agora procura ajuda para poder educar os seus filhos que têm a pele branca como a maioria mas que necessariamente se confrontarão com as perguntas e dúvidas dos outros sobre a sua cor de pele tendo em conta que não é a mesma da mãe mas sim do pai.

Agradeço a vossa disponibilidade. Estou disponível para esclarecer o que entenderem e se conhecerem outros pais que se deparem com este assunto a que posso chamar problema, gostaria de saber. Se me puderem indicar leituras (bibliografia) sobre isto, também agradeço.

A mãe - Black Mama ou Mulher Furacão...

(Esta carta foi enviada a Daniel Sampaio há algum tempo, não sei precisar quanto, e ainda não teve resposta. Aceitam-se contributos para uma discussão saudável)


segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Resoluções de Ano Novo

Querido Umbigo:

Este ano VOU:
- ler mais livros do Paul Auster;
- (re)ler todo o Chatwin;
- ler e (re)ler mais clássicos;
- passar mais tempo de qualidade com os amigos;
- ver os amigos que já não vejo há muito tempo;
- sentir mais vezes o sol a "lamber-me" a cara;
- rir mais;
- dar mais gargalhas
- ouvir mais e melhor música;
- ver mais filmes;
- (re)ver os filmes da minha vida
- passear mais vezes ao pé do mar;
- mergulhar mais vezes no mar;
- encontrar muitas vezes areia dentro dos bolsos das calças;
- enterrar muitas vezes os pés na areia quente;
- gritar mais vezes só porque me apetece;
- dar mais abraços;
- receber mais abraços;
- passear mais vezes de mãos dadas;
- ver mais concertos;
- viajar mais;
- ser mais feliz;
- concentrar-me mais em coisas boas;
- fazer mais coisas boas;
- ser mais feliz;
- Be Better;
- Do Better;
- Feel Better;

domingo, 3 de janeiro de 2010

Noites



Querido Umbigo:

O melhor das noites de todas as noites, são os (re)encontros, as conversas fugidias mas intensas, os abraços apertados as gargalhadas contagiantes.
Enfim a vida que se vai construindo através dos afectos.