Músicas Tontas

Querido Umbigo:

estou a ouvir na rádio uma música em que o refrão diz: too much of blue skys
seja de que maneira eu interprete, não encontro sentido nenhum nisto...
Como é que o céu pode ser demasiado azul?
Como é que alguém se pode cansar de céus azuis???
Há gente muito tonta...

Da Importância das Janelas

Querido Umbigo:

Dostoiévski escreveu que: "Os tectos baixos e os quartos pequenos apertam a alma e a mente"
Eu acho que a (falta de) janelas têm exactamente o mesmo efeito, é como deixarmos de poder olhar para o mundo.

Feeling Good

Querido Umbigo:

And this old world is a new world
And a bold world
For me

Let the Sun Shine

Querido Umbigo:

Tive hoje resposta à minha pergunta de ontem.
Quem espera sempre alcança, e até acrescento mais, as coisas acontecem todas ao mesmo tempo.
Let the light in, let the sun shine!

Question

Querido Umbigo:

Quem espera sempre alcança ou quem espera desespera?

Silly Me

Querido Umbigo:

Serei só eu, ou há mais almas perdidas por aí, que por resistirem tanto acabam por perder o que mais amam?

Apaixonada

Querido Umbigo:

Hoje apaixonei-me... :)
Por esta música, linda, linda, linda.
Finalmente estou preparada para a aceitar e enfrentar o Outono.

Destroços

Querido Umbigo:

Que capacidade é esta que algumas pessoas têm de nos destroçar completamente?
Que (des)amor é este que nos faz duvidar de nós, que nos faz não querer continuar?
Que (in)capacidade é esta que nos faz voltar aos mesmos erros, às mesmas pessoas que nos destroçaram?
Também não tenho respostas nem soluções mágicas, mas Bárbara, não te esqueças que tu és guerreira (remember?), tu és Mulher Maravilha.
E continuo a dizer-te: "sim, (...) a vida é decepcionante. Mas eu também quero que tu sejas feliz." (Paul Auster)
Um abraço do tamanho do mundo maravilhoso que tu és!!!

A Cadeira

Querido Umbigo:

Eles chegam e sentam-se, sentam-se na cadeira em frente à minha secretária, a cadeira-divã...
E, portanto, eles chegam e sentam-se, sentam-se e começam a falar.
A falar do maravilhoso que foi, do grandiosos que são, da diferença que fazem...
E eles chegam, sentam-se e começam a falar... e falam, e falam, e falam...
Eles falam, mas não querem conversar.
Eu sou a Psicóloga e eles os pacientes, mas eles falam e não querem conversar.
Querem que alguém os oiça e confirme com acenos de cabeça a grandiosidade do seu ser...
E eles chegam, sentem-se e falam.
E assim passam os meus dias:
Eu, a cadeira divã e eles
Eles que chegam se sentam e começam a falar

Sorrir (outra vez)

Querido Umbigo:

Mesmo sem razão aparente é bom ter vontade de sorrir outra vez.
Qualquer dia as gargalhas também me vão bater à porta!

(Re)Começar

Querido Umbigo:

E um dia acorda-se e temos tudo...
E no outro dia acorda-se e perdemos tudo
E não há vontade para nada e acorda-se assim dias e dias a fio (isto quando se consegue adormecer)
E depois há ainda um outro dia em que se acorda com uma vontade pequenina de (re)começar...
E isso que estou aqui a tentar fazer, estou a tentar (re)começar...
É possível (re)começar, não é?

O que há em mim é Sobretudo Cansaço

Querido Umbigo:

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

                    Álvaro de Campos