nunca fui miúda que se entusiasmasse muito (aliás, não me entusiasmo nada, não gosto, tenho medo e tira-me o sono) com filmes de terror. Mas a vida tem destas coisas. O Primeiro filme de terror de que gostei, e que vi do princípio ao fim, é português.
Como o Adriano o descreve num dos extras não é um filme de terror, mas sim um filme de inquietação, um filme de inquietude. E o que é certo é que o vi do princípio ao fim com aquele, neste caso agradável, aperto no estomâgo.
O filme é de um rigor, de uma contenção (onde era fácil cair em exageros ou extremismos) absolutos,e é também um boost de criatividade, foi com prazer que vi brilhar o talento de tantas pessoas com quem já tive o prazer de trabalhar: O Gonçalo, o Dino, a Manuela, a Maria, a Rafaela, O Frederico, o Tiago (lembras-te Ana do belíssimo spot do "Loucos Por Amor"?), a Catarina, a Isabel e o Marco logo ao princípio e de raspão. É um filme lindo, ia escrever de actores (e que bem que é feita a direcção do elenco infantil), mas não é só um filme de actores, embora estes sejam brilhantemente conduzidos, o Afonso Pimentel (relembro-o no Adeus Pai), que bem que ele vai (e que lindo que ele está, eheh, se bem que me irrite um pouco a pessoa dele nos extras (ninguém é perfeito)),o Padre Cruz (que relembro naquele enooorme Pier Gynt, na estreia do novo Teatro Aberto), o Miguel Borges como Ismael (e quem melhor para a representação da animalidade, da bestialidade humana???), o lindo e talentoso Pipo (com quem nunca trabalhei e só conheço de raspão).
O final gravado a fogo na retina: Haverá maior angústia, maior sentimento de perda, do que um pai sobreviver ao filho? A dupla maravilhosa de realizadores, dois corpos com uma cabeça... Who the Fuck is Manoel de Oliveira...???
Porque a meu ver o cinema (leia-se as manifestações artísticas em geral) deve fazer-nos salivar....
E mais não conto, pois como a certa altura se diz no filme:
"A vida é feita de experiências, Divirta-se"!
Publicada por Célia em
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